segunda-feira, 26 de julho de 2010

A Ponte Mágica !



Dois irmãos que moravam em fazendas vizinhas, separadas apenas por um riacho, entraram em conflito. Foi a primeira grande desavença em toda uma vida de trabalho lado-a-lado. Mas, agora, tudo havia mudado. O que começara como um mal-entendido, finalmente explodiu numa troca de palavras ríspidas, seguidas por semanas de total silêncio e afastamento.
Certa manhã, o irmão mais velho ouviu baterem à sua porta.
- Estou procurando trabalho – disse o homem de roupas simples, cabelos grisalhos, longas barbas e segurando uma caixa. – Talvez o senhor tenha algum tipo de trabalho para mim! 
- Claro que sim – respondeu o fazendeiro. 
- Vê aquela fazenda ali, além do riacho? É do meu vizinho… na realidade, é do meu irmão mais novo. Nós brigamos e não consigo mais suportá-lo. Use aquela pilha de madeira que está no celeiro e construa uma cerca bem alta – ordenou.
- Acho que entendo a situação –  replicou o carpinteiro, acrescentando: -   Mostre-me onde estão a pá e os pregos.
Depois de entregar o material, o fazendeiro foi para a cidade. O carpinteiro ficou ali medindo, serrando e pregando madeira o dia todo. Quando o fazendeiro chegou, não acreditou no que viu: em vez  da cerca, havia uma ponte ligando as duas margens do riacho. Apesar de ser uma bela obra de arte, ele ficou enfurecido e resmungou:
- Você foi atrevido construindo essa ponte, depois de tudo que lhe contei!
O velho carpinteiro ficou imóvel, em silêncio profundo.  Ao olhar, com ares de frustração, para a ponte, o fazendeiro avistou seu irmão mais novo se aproximando, de braços abertos e sorridente. Atônito, o fazendeiro manteve-se irredutível. Foi quando o irmão mais novo falou:
- Você foi realmente muito amigo construindo esta ponte, demonstrando ter perdoado o que aconteceu entre nós…
De repente, ambos estavam se abraçando, em prantos, no meio da ponte. O carpinteiro lentamente se retirou, carregando sua caixa de ferramentas.
- Ei, espere! Tenho outros trabalhos para você! – gritou o irmão mais velho.
E o carpinteiro respondeu: – Eu adoraria. Mas tenho outras pontes para construir.

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